Massificação da Cultura ou Culturalização da Massa
Existe um ditado que diz "TUDO O QUE É BOM DURA POUCO"
Há muito tempo que a nossa cultura - principalmente a música - não vem tendo o valor que merece.
Infelizmente as rádios e televisões tem como lema "O DE FORA É MELHOR", e só dão valor ao que é nosso em períodos temporais - ou seja, em determinadas épocas do ano. Fora desses períodos pré determinados, a cultura de fora reina.
Cada vez mais vemos Calypsos e Saias Rodadas - bandas com dançarinas e dançarinos seminus em cima do palco (transformando as casas onde se apresentam em verdadeiros cabarés) proliferarem em nosso meio cultural com músicas de letras pejorativas, denegrindo a imagem da mulher.
Outro fator que colabora com a desvalorização de nossa cultura é o fato dos governantes colocarem na grade de programação (quando acertam a fazer uma grade de programação) artistas que nada tem a ver com nossas tradições. Além da falta de princípios na questão dos pagamentos de cachê, enquanto artistas de fora recebem todo o cachê antecipado, os nossos passam meses para receber metade.
No dia em que nossos artistas começarem a se dar valor, quando começarem a agir como profissionais, sem ficar submissos a governantes despreparados e que não sabem a definição de cultura, vamos voltar a ter uma cultura forte e muito mais bonita do que já é.
Quando se fala em agir como profissionais não é só se unir em instituições de classe e ponto. É se unir em instituições e lutar pelo direito dos associados (pagamentos do cachê em dia, melhores cachês, melhores infraestruturas para as apresentações dos associados, e por aí vai).
FILIPE CUNHA BARRETO FRANCA - Para a Revista Armazém 15