Série: Golpe de 64 - Torturados políticos
Dando continuidade a "série: Golpe de 64 - Torturados políticos".
Ainda sem sair de Pernambuco, tentarei escrever algo sobre o verdadeiro mito - MIGUEL ARRAES DE ALENCAR.
Foi em Pernambuco que MIGUEL ARRAES DE ALENCAR, construiu a sua carreira política, tornando-se um dos maiores expoentes da esquerda brasileira.
Após uma administração aprovada pela população da capital, em 1962, Arraes, elegeu-se para o seu primeiro mandato no Governo de Pernambuco. Mandato este que não chegou a ser concluído, pois no dia 1º de Abril de 1964, MIGUEL ARRAES DE ALENCAR foi deposto pelo golpe militar que estava sendo instaurado no país.
CURIOSIDADE SOBRE O GOLPE DE 1964
Existem relatos extra oficiais de que o golpe teria ocorrido no dia 31 de março, porém esta data não é confirmada, pois é pensado que, pelo fato de 1º de Abril ser conhecido como o DIA DA MENTIRA, os golpistas teriam alterado a data para o dia anterior, pois temiam que a população não acreditasse na ditadura que estava sendo instaurada.
Mesmo não concluindo este primeiro mandato de Governador de Pernambuco, ARRAES, implantou importantes programas sociais que foram destaque em seu curto governo.
O ACORDO DO CAMPO, tinha como princípio básico a implantação da justiça na relação trabalhista dos canavieiros com os donos de usinas
Em 1965, após ficar preso em Recife e em Fernando de Noronha, seguiu para o Rio de Janeiro e pediu exilo na Embaixada da Argélia. Na Capital argelina, passou 14 anos ao lado da família. Com a pressão sobre os militares golpistas, de vários setores da população brasileira, os militares decretaram anistia e, assim, MIGUEL ARRES DE ALENCAR pode, finalmente, voltar ao Brasil, retomando, a sua trajetória política.
Mesmo no país africano, a sua casa sofria atentados militares e civis armados que invadiam a sua residência em busca de documentos e correspondências que comprovassem a sua ligação política com o Brasil.
Durante o exílio, Arraes não se desligou da vida política. Participou ativamente no processo de libertação de países de língua portuguesa, além do enfrentamento de questões relacionadas com a realidade do Brasil, tanto do ponto de vista político, quanto dos pontos de vista econômico e social.
No exílio, Arraes teve contato com importantes personalidades políticas como LEONEL BRIZOLA e FERNANDO GABEIRA.
Após quase duas décadas, ARRAES volta ao Brasil, em 16 de Setembro de 1979. Em Santo Amaro, mais de 50 mil pessoas o esperavam para o comício de boas vindas.
Adjetivassões como “POLÍTICO DE ESQUERDA”; “HOMEM IDENTIFICADO COM AS LUTAS POPULARES”, são penosamente insuficientes para conter a personalidade, a obra e o pensamento deste grande líder.
ARRAES faleceu no dia 13 de agosto de 2005, aos 88 anos.